quarta-feira, setembro 27, 2006

o amor que se faz


Ontem chegaste-me envolto na leveza cintilante de um sonho. Fazíamos amor.
Lembras-te?
O amor de que sempre fomos donos, sem nunca nos termos apoderado dele. O amor que nunca soubemos fazer e, ainda assim, que tantas vezes ensaiámos, quais aprendizes, para que quando a hora chegásse estivessemos preparados...
Como pudémos não ver que o Amor estava ali, naquela hora, naqueles instantes? Entre suor, sorrisos e lágrimas, entre o perder o tino e o encontrar-te depois, entre o atirares-me para fora de mim e o esqueceres-te de respirar?Entre a verdade e todas as incertezas?
Como pudémos não saber que o Amor não se ensaia? Existe, em e para além de nós. Faz-se. Assim, sem mais nada.

Fotografia: Denis Piel