quinta-feira, setembro 21, 2006

sem abrigo

O que me tange não se ouve, nem se diz. Escorre, a transbordar dos tudos e dos nadas que não bastam para enxugar o que aqui mora, sem abrigo.
Hoje tenho frio, e não há agasalhos que vista que aqueçam o que aqui treme, ou lufadas de ar quente que me tirem esta febre que me embrulha o coração contaminado pelo que não está.
Não era para ser assim. Não hoje.

Fotografia: Michael Thompson