domingo, novembro 26, 2006

quieto



Pudesse eu congelar os instantes em que me encontraste sem precisares de mapas, palavras ou desculpas.
Então, poderia agora, sem a borracha do tempo, mostrar-te como não nos procurámos, como os nossos corações chocaram sem o podermos antever ou evitar, como nos coubémos, como foste mais meu do que querias, como não pudeste fugir, como não soubeste como ficar.
Pudesse eu suster-te quieto a derramares medo, sorrisos, desejo e lágrimas misturados nos meus braços, sem precisares de razão ou de perdão. Quieto, perto, aqui.
Então, lembrar-te-ias, suspirarias e, por fim, sorririas, sem poderes distinguir os teus e os meus olhos no silêncio do início e do fim.