sábado, novembro 25, 2006

prefácio


Deixar o corpo tremer, a pele eriçar, a boca derreter. A razão a esquecer todas as leis que nada valem à avalanche de palpitações descompassadas. A vontade a fazer a chuva desaparecer, e os carros e a música, e os ontens e os amanhãs, e o frio. Amainar o medo. Deixar este beijo entrar e percorrer-me os cantos e recantos de desejo por arder, soprar as cinzas por limpar. Deixar-te limpar as lágrimas que me fogem. Respirar. Suspirar. Beijar-te outra vez. Até me esquecer de como começou. Até me esquecer de respirar.