de chuva II
Este inverno obstinado já não era para andar por aqui. A molhar a vontade nascente e a roubar a luz aos poentes dos dias, agora mais pacientes e mornos. Já faz falta a pele a querer suar e noites que lambam o sal da boca e do peito fustigados. Já faz falta o calor a incendiar a linguagem dos corpos inquietos, e um perfume que dance com o silêncio dos olhares trocados.
Alguém que varra estas nuvens pesadas, por favor.
Alguém que varra estas nuvens pesadas, por favor.
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