quarta-feira, agosto 23, 2006

sem norte


Os dias continuam a transbordar de ti em marés cheias da tua ausência. Todas as horas são uma sucessão de lembranças do teu cheiro a vazar-me o juízo, dos teus beijos a esmagarem-me o corpo e a alma. Até o mar teima em murmurar-te. Ontem rebentou-te tantas vezes quantas as que os teus braços estiveram a menos para me resgatar e roubar o fôlego.
São poucos os momentos em que consigo despedir-me de ti. Não porque não possa, mas porque não quero. Não quero ser náufraga de um amor sem dono e sem rumo, sem saber encontrar o Norte depois de ti.
Em qual das verdades que me contaste escondeste a bússola para quando te perdesse?

Fotografia: Marta Glinska