sexta-feira, agosto 18, 2006

Porquê?


Nem para tudo na vida existe uma razão.
Este é um facto em que tropeçamos todos os dias, sem e por querer. Perde-se demasiado tempo à procura do porquê das coisas, sejam elas miudezas ou grandezas. Talvez seja um vicío que nos acompanha, desde aquela idade que tem por nome esta pergunta. Ou então não, e esta é apenas uma forma de esmiuçarmos o mundo, dentro e fora de nós, de nos tranquilizarmos, de nos revoltarmos, de controlarmos, de nos (des)responsabilizarmos, de nos sentirmos pior ou melhor acerca de quem somos... sei lá. Também para isto não acredito ter de haver uma resposta. É assim. Porque sim.
E nem sempre as razões estão lá, prontas para se nos escancararem por detrás do ponto de interrogação e nos fazerem a vontade. E não estão porque muitas vezes não existem ou não são relevantes. "porque é que não existem túlipas todo o ano?", "porque é que dizes que fico mais bonita quando estou irritada?", "porque é que a minha tia nunca se casou?", "porque é que o teu sorriso deixou de me acompanhar os passos?", "porque é que tiveste medo?", "porque é que o meu avó morreu antes de eu lhe conhecer os olhos?", "porquê...?". Porque sim. Porque as respostas nem sempre são o mais importante.
Também para o porquê da criação deste espaço não existe uma resposta. Talvez somente exista a pergunta e ela se va desvendando a mim e a vós enquanto aqui verterei o que de dentro se vá escapando na (des) arrumação dos dias. Sem e por querer.